sábado, 30 de abril de 2011

Receita de Samba


Receita de Samba é mais uma composição do grande Jacob do Bandolim. Escolhi dois vídeos com esse choro, ambos do projeto Instrumental SESC Brasil. No primeiro o trombonista Zé da Velha e o trompetista Silvério Pontes, cujo blog pode ser acessado aqui, estão acompanhados por Alexandre Romanazzi (Maionese) (flauta) , Rodrigo Jesus (percussão), Charlles da Costa (violão), Alessandro Cardozo (cavaquinho) e Netinho Albuquerque (pandeiro). Já o segundo apresenta o Cello Samba Trio, formado por Jaques Morelenbaum (myspace) (violoncelo), Lula Galvão (violão) e Rafael Barata (bateria).



Receita de Samba
Jacob do Bandolim

Instrumental

Vídeo Zé da Velha, Silvério Pontes e quinteto



Vídeo Cello Samba Trio

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dores do Coração - Choro e Poesia - Ontem ao Luar


A polca Dores do Coração foi composta pelo flautista Pedro de Alcântara, que logo em seguida passou a denominá-la Choro e Poesia. A gravação postada aqui é dele acompanhado por Ernesto Nazareth em 1912. Poucos anos depois Catulo da Paixão Cearense colocaria letra na composição, que passaria a se chamar a hoje conhecida Ontem ao Luar, sendo gravada por um cantor então iniciante, Vicente Celestino em 1917, também postada aqui. De bônus selecionei o vídeo com a apresentação da Marisa Monte dessa canção.

Choro e Poesia (Dores do Coração)
Pedro de Alcântara

Instrumental

Áudio Pedro Alcântara & Ernesto Nazareth:  ouça aqui





Ontem ao Luar (Choro e Poesia)
Pedro de Alcântara e Catulo da Paixão Cearense

Ontem ao luar
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste
O que era dor de uma paixão
Nada respondi
Calmo assim fiquei
Mas fitando azul do azul do céu
A lua azul e te mostrei
Mostrando a ti dos olhos meus correr senti
Uma nívea lágrima e assim te respondi
Fiquei a sorrir por ter o prazer de ver a lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão não tem explicação
Como definir o que só sei sentir
É mister sofrer para se saber
O que no peito o coração não quer dizer
Pergunto ao luar travesso e tão taful
De noite a chorar na onda toda azul
pergunto ao luar do mar a canção
Qual o mistério que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
Sentir o seu calor
O amaríssimo travor do seu dulçor
Sobe o monte a beira mar ao luar
Ouve a onda sobre a areia lacrimar
Ouve o silêncio de um calado coração
A falar da solidão
A penar a derramar os prantos seus
Ouve o choro perenal a dor silente universal
E a dor maior que a dor de Deus
Se tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração
Ouve a inquietação da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Porque ele vive assim tão triste a suspirar
A palpitar em desesperação
Na teima de amar um insensível coração
Que a ninguém dirá no peito ingrato em que ele está
Mas que ao sepulcro fatalmente o levará

Áudio Vicente Celestino - ouça aqui




Vídeo Marisa Monte

quinta-feira, 28 de abril de 2011

André de Sapato Novo


Hoje tem uma das minhas músicas favoritas: André de Sapato Novo, de André Vitor Correia. Reza a lenda que o compositor se inspirou numa noitada não muito agradável em que teve que dançar num baile com sapatos novos, porém apertados. Postei duas gravações desse choro fantástico: sua primeira gravação de 1948 com Pixinguinha (sax tenor), Benedito Lacerda (flauta), Canhoto (cavaquinho), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas) e Meira (violão); e uma gravação de 1976 com Abel Ferreira (clarinete), Arlindo (violão), Copinha (Nicolino Cópia) (flauta), novamente Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Freitas  (violão), Jorge Bezerra (ritmo), Jorginho (ritmo), Ney Silva (ritmo), Paulinho (ritmo), Raul de Barros (trombone), Sérgio Barrozo (contrabaixo), com arranjo de Orlando Silveira.

André de Sapato Novo
André Vitor Correia

Instrumental

Áudio Pixinguinha, Benedito Lacerda e demais músicos (também aqui)



Áudio Abel Ferreira, Raul de Barros e demais músicos (também aqui

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Silvana

O Equilibrista das Seis Cordas, de Silvana Mariani, com ilustrações de Mari Ines Piekas

O grande violonista, compositor, professor, arranjador e produtor Maurício Carrilho é com certeza um dos nomes mais importantes do choro da cena atual e, por que não, de toda a história desse gênero musical tão fascinante. Do seu vasto repertório de composições escolhi  Silvana em homenagem à minha amiga professora de música e autora do ótimo e divertido livro O Equilibrista das Seis Cordas. Faço minhas as palavras de Silvana Mariani no início do livro: "Este método de violão foi escrito para crianças, mas se a criança que existe em você não resistir, pode abrir e se divertir com ele...". Silvana é também fã de Maurício e me emprestou dois discos do músico carioca: O Trio - com Paulo Sergio Santos e Pedro Amorim (1994) e Maurício Carrilho (2000), os quais desde então fazem parte da minha lista de favoritos. Já a composição postada aqui está no disco Maurício Carrilho Sexteto + 2 (2004). Também participam desta faixa Luciana Rabello (cavaquinho), Marcelo Bernardes (flauta), Pedro Paes (clarinete) e Rui Alvim (clarone). O arranjo é do próprio Maurício Carrilho.



Silvana
Maurício Carrilho

Instrumental

Áudio Maurício Carrilho e demais músicos (também aqui)

domingo, 24 de abril de 2011

Chorando no Campeche


Ano passado estava andando com meu sobrinho na Av. Campeche perto da antiga ASFISSI quando de repente, não mais que de repente, encontro no caminho o bandolinista Geraldo Vargas, compositor aqui de Floripa e que possui dois discos autorais. Na hora fiquei tentado em cumprimentá-lo e dizer que sou seu fã, mas pra variar muito tímido não o fiz. Nesta postagem selecionei então a sua composição Chorando no Campeche, do seu primeiro CD, Sarau no Ribeirão, de 2003. Me lembro de ter assistido naquele ano no CIC a uma apresentação sua, a qual contou com a participação de Maurício Carrilho (violão e produtor do CD). Também participam desse disco uma turma da pesada: Jorginho do Pandeiro (pandeiro), João Lyra (viola), Rui Alvim (clarinete), Marcelo Bernardes (flauta), Pedro Paes (clarinete), Samuel de Oliveira (saxofone), Luis Sebastião (violão) e Francisco Camargo (cavaquinho).

Chorando no Campeche
Geraldo Vargas

Instrumental

Áudio Geraldo Vargas (ouça outras músicas suas aqui)

sábado, 23 de abril de 2011

Gargalhada


Hoje é o Dia Nacional do Choro, data criada, pela iniciativa do bandolinista Hamilton de Hollanda e seus alunos da escola de música Raphael Rabello e sancionada por lei (2000), em homenagem ao nascimento de Alfredo da Rocha Viana, o compositor, orquestrador, flautista e saxofonista Pixinguinha, que estaria completando 113 ou 114 anos, a depender da fonte. Incerta também é a origem de seu apelido, havendo pelo menos duas hipóteses. A primeira diz que foi uma prima que passou a chamá-lo de Pizindim ou Pizinguim, que significa "menino bom". Já a segunda defende que, quando criança, Pixinguinha tinha o rosto marcado por bexiga. A alcunha Bexiguinha, depois de várias transformações, teria se transformado no apelido que todos conhecemos. Independente de qual seja o ano de nascimento e qual a origem do apelido, o fato é que Pixinguinha tornou-se um dos personagens mais importantes para a consolidação da música popular brasileira no século XX, em especial o choro, gênero que ajudou a desenvolver e difundir. Como não podia deixar de ser, escolhi uma composição de sua fantástica lavra para homenageá-lo. Então... no Dia Nacional do Choro: Gargalhada. São três interpretações postadas aqui. A primeira é do álbum Som Pixinguinha (1971), com Altamiro Carrilho (flauta), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Luna (reco-reco) e Meira (Jaime Tomás Florence) (violão). A segunda é com Paulo Sergio Santos (clarinete), Caio Márcio (violão) e Oscar Bolão (percussão) do disco Gargalhada (2001) do clarinetista. Já a terceira encontrei na busca por vídeos com essa música; trata-se de um vídeo caseiro com a interpretação muito legal de um gurizão de boné e tudo chamado Carlos Eduardo, ou Dudu, e, segundo a descrição, "clarinetista de Fpolis", coincidência... Felizmente a obra de Pixinguinha permanece conquistando novas gerações de músicos. Parodiando Candeia: "Se o dia nasce, renasce o choro / Se o dia morre, revive o choro".

Gargalhada
Pixinguinha

Instrumental 

Áudio Altamiro Carrilho (flauta), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Luna (reco-reco) e Meira (violão)



Áudio Paulo Sergio Santos (clarinete), Caio Márcio (violão) e Oscar Bolão (percussão)



Vídeo Carlos Eduardo (Dudu)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Homenagem à Velha Guarda

 Caricatura de Sivuca no site Forró em Vinil


Nesta postagem o instrumentista, arranjador, compositor, acordeonista, violonista,  guitarrista, pianista e percussionista, enfim músico paraibano Sivuca e sua Homenagem à Velha Guarda em dois grandes momentos. No primeiro, com letra de Paulo César Pinheiro, tocando acordeon e piano com Clara Nunes, Hélio Delmiro (violão), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Netinho (clarinete), Copinha (flauta), Zé Menezes (bandolim) e Raul de Barros (trombone). Os demais músicos, o "pessoal de base" como são apresentados no encarte do disco As Forças da Natureza (1977), de Clara, aparecem citados em conjunto somente no final do texto de apresentação e não faixa a faixa como os demais, por isso me fica impossível saber quais músicos listados realmente participaram desta gravação. O arranjo é do próprio Sivuca. Já no segundo momento o multi-instrumentista, em seu acordeon, realiza fantástico duo com ninguém menos que outro grande multi-instrumentista, Hermeto Pascoal, este ao piano!

Homenagem à Velha Guarda
Sivuca e Paulo César Pinheiro

Um chorinho me traz
Muitas recordações
Quando o som dos regionais
Invadia os salões
E era sempre um clima de festas
Se fazia serestas
Parando nos portões
Quando havia os balcões
Sob a luz da Lua
E a chama dos lampiões a gás
Clareando os serões
Sempre com gentis casais
Como os anfitriões
E era uma gente tão honesta
Em casinhas modestas
Com seus caramanchões
Reunindo os chorões
Era uma flauta de prata
A chorar serenatas, modinhas, canções
Pandeiro, um cavaquinho e dois violões
Um bandolim bonito e um violão sete cordas
Fazendo desenhos nos bordões
Um clarinete suave
E um trombone no grave a arrastar corações
Piano era o do tempo do Odeon
De vez em quando um sax-tenor
E a abertura do fole imortal do acordeom
Mas já são pra nós
Meras evocações
Tudo já ficou pra trás
Passou nos carrilhões
Quase ninguém se manifesta
Pouca coisa hoje resta
Lembrando os tempos bons
Dessas reuniões

Áudio Clara Nunes



Vídeo Sivuca & Hermeto Pascoal

Velhos Chorões


Hoje apresento a grande música e compositora Luciana Rabello, que iniciou sua carreira artística em meados da década de 70, aos 16 anos, no grupo Os Carioquinhas, ao lado do irmão Raphael Rabello, Mauricio Carrilho e outros.  Com este último e o produtor João Carlos Carino, criou no Rio de Janeiro em 1999 a primeira gravadora especializada em choro, a Acari Records, cujo site pode ser acessado aqui. Escolhi para esta postagem sua bela composição Velhos Chorões, lançada em seu álbum homônimo de 2000. A gravação apresentada aqui, entretanto, é do disco 2o. ComPasso Samba & Choro - que ganhei de presente de um aluno quando fui "professor" (as aspas são minhas mas também são dele, o Dinho) no curso de História da UFSC. Foi então que conheci as primeiras "fornadas" (as aspas novamente minhas são também de Olivia Hime no texto reproduzido no encarte do CD) da Biscoito Fino. Gravado ao vivo no Paço Imperial (RJ) em 2000, Luciana e seu cavaquinho contam com a participação de Cristóvão Bastos (piano), João Lyra (violão) e Celsinho da Silva (pandeiro).


Velhos Chorões
Luciana Rabello

Instrumental

terça-feira, 19 de abril de 2011

Brasileirinho - Doce Melodia - Apanhei-te Cavaquinho - Tico-Tico no Fubá - Dinorah - Urubu Malandro


Esta postagem traz Ademilde Fonseca e Waldir Azevedo, acompanhados pelo Regional do Caçulinha, apresentando um pot-pourri de choros.

Brasileirinho
Waldir Azevedo e Pereira da Costa

O brasileiro quando é do choro
É entusiasmado quando cai no samba,
Não fica abafado e é um desacato
Quando chega no salão.
Não há quem possa resistir
Quando o chorinho brasileiro faz sentir,
Ainda mais de cavaquinho,
Com um pandeiro e um violão
Na marcação.
Brasileirinho chegou e a todos encantou,
Fez todo mundo dançar
A noite inteira no terreiro
Até o sol raiar.
E quando o baile terminou
A turma não se conformou:
Brasileirinho abafou!
Até o velho que já estava encostado
Neste dia se acabou!
Para falar a verdade, estava conversando
Com alguém de respeito
E ao ouvir o grande choro
Eu dei logo um jeito e deixei o camarada
Falando sozinho. Gostei, pulei,
Dancei, pisei até me acabei
E nunca mais esquecerei o tal chorinho
Brasileirinho!

Doce Melodia
Abel Ferreira e Luis Antônio

Fiu firiu fiu
A buzina tocou
E eu corri para ver o portão
Fiu firiu fiu
Cadillac encostou mesmo na contramão
Eu entrei só pra ver
Porque o rapaz insistiu
Fiu firiu fiu
Lá na esquina da rua o carro sumiu
Fui até ao Joá
Que é tão bom
E amei ao luar
Na areia do Leblon
Fiu firiu fiu
Quando às quatro
Eu voltei
O leiteiro me olhou
E sorriu sem querer
Fiu firiu fiu
E daquela buzina não posso esquecer

Apanhei-te Cavaquinho 
Ernesto Nazareth e Darci de Oliveira

Ainda me lembro do meu tempo de criança
Quando entrava numa dança
Toda cheia de esperança
De chinelo e de trança
Com o Mané e o Zé da França
Nunca tive a lembrança de rever esse chorinho
E hoje ouvindo neste choro a voz do pinho
Relembrando o bom tempinho
Da mamãe e do maninho
Hoje sou ave sem ninho
Sem família e sem carinho
Mas sou bem feliz ouvindo
O Apanhei-te, Cavaquinho!
Hoje cantando o Apanhei-te, Cavaquinho
Fico louca, fico quente
Fico como um passarinho
Sinto vontade de cantar a vida inteira
Ah! Essa vida eu levo de qualquer maneira
Ouvindo a flauta, o cavaquinho e o violão
Eu sinto que o meu coração
Tem a cadência de um pandeiro
Esqueço tudo e vou cantando o ano inteiro
Esse chorinho que é muito brasileiro

Tico-Tico no Fubá 
Zequinha de Abreu e Eurico Barreiros

Um tico-tico só,
Um tico-tico lá,
Está comendo,
Todo, todo meu fubá.
Olhe, Seu Nicolau,
Que o meu fubá se vai,
Pego no meu pica-pau,
E o tiro sai.
Então eu tenho pena,
Do susto que levou,
E uma cuia cheia,
De fubá eu dou.
Alegre já,
Voando e piando,
Meu fubá, meu fubá,
Saltando de lá pra cá.
Houve um dia porém,
Que ele não voltou,
E seu gostoso fubá,
O vento levou.
Triste fiquei,
Quase chorei,
Mas então vi
Logo depois,
Já não era um,
E sim já dois.
Quero contar baixinho,
A vida dos dois,
Tiveram ninho,
E filhinhos depois.
Todos agora,
Pulam ali,
Saltam aqui,
Comendo sempre o fubá,
Saltando de lá para cá...

Dinorah
Benedito Lacerda e José Ferreira Ramos

Aquela tatuagem que ele tem,
No braço esquerdo, duas letras entrelaçadas,
É o nome de alguém que ele quis,
Ele quis eu sei que quis,
Ele quis, mas já não quer,
E é até pede às pessoas amigas,
Que deixe de lado dessa linda mulher.
Se você pensa que alguém já não fez,
Essa pergunta que você me fez,
Mas aquelas duas letras,
São o resultado do amor que ele teve,
Com a Dinorah.
Essa pergunta que me fez sofrer,
Que me fez padecer, que me fez soluçar,
É o nome da musa,
Que o fez definhar....

Urubu Malandro
Louro e João de Barro

Urubu veio de cima
Com fama de dançador
Urubu chegou na sala
Tirou dama e não dançou
Ora, dança urubu
- Eu, não senhor
Tira a dama, urubu
- Eu sou doutor
Urubu chegou de fraque
Cartola e calça listrada
Urubu deixa de prosa
Vem cair na batucada
Urubu perdeu a fama
E se desmoralizou
Apanhou a melhor dama
Foi dançar e encabulou

Vídeo Ademilde Fonseca, Waldir Azevedo & Regional do Caçulinha

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Títulos de Nobreza (Ademilde no Choro)


Em Títulos de Nobreza (Ademilde no Choro), uma homenagem dos compositores João Bosco e Aldir Blanc a esse gênero que também estou homenageando este mês aqui no blog, Aldir perfila na letra os títulos - de nobreza! - de várias composições do repertório do choro. É também uma homenagem à cantora Ademilde Fonseca, a Rainha do Choro, que foi a primeira intérprete a se destacar, em 1942, cantando as composições de um gênero até então quase que exclusivamente  instrumental. Diga-se de passagem que a performance vocal da cantora é impressionanente devido a velocidade com que consegue cantar as letras das composições (ver post seguinte). A gravação postada aqui é a do João Bosco (violão), muito bem acompanhado por Cristóvão Bastos (piano e arranjo), Gilberto D'Ávila (pandeiro), Luciana Rabello (cavaquinho) e Raphael Rabello (violão 7 cordas).

Títulos de Nobreza (Ademilde no Choro)
João Bosco e Aldir Blanc

Tira a poeira das reminiscências
Simplicidade e lamento, jamais
Pérolas, língua de preto, cadência
Mágoas, cristal, pedacinho do céu
Murmurando, ingênuo, migalhas de amor
Saxofone, me diz, por que choras
Ai carinhoso e brejeiro, o chorinho Odeon
Nas noites cariocas

Naquele tempo, chorei, vou vivendo
Nosso romance ainda me recordo
Flor amorosa, apanhei-te, assanhado
Numa seresta de sapato novo
Eu vascaíno, um a zero
Entre mil vibrações, Ademilde no choro

Áudio João Bosco

domingo, 17 de abril de 2011

Ária na 4a. Corda (Air On G String)


Mais uma faixa do disco Toquinho Paulinho Nogueira (1999): do compositor alemão Johann Sebastian Bach, Ária na 4a. Corda (Air On G String). O arranjo é dos dois violonistas. Simplesmente lindo!

Ária na 4a. Corda (Air On G String)
Johann Sebastian Bach

Instrumental

Áudio Paulinho Nogueira e Toquinho

sábado, 16 de abril de 2011

Choro Típico n.1


Choro Típico n.1 é uma composição do grande maestro, compositor, instrumentista etc. Heitor Villa-Lobos. Para esta postagem selecionei a interpretação de Toquinho em dueto com o saudoso Paulinho Nogueira. O arranjo é dos dois.

Choro Típico n.1
Heitor Villa-Lobos

Instrumental

Áudio Paulinho Nogueira e Toquinho

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O Trombonista Romântico


O Trombonista Romântico, de Carlos Lima do Espírito Santo, é uma homenagem ao aniversariante lá em casa hoje: o meu pai, o guri com trombone de piston na foto acima.  A gravação postada aqui é do álbum Brasil Trombone, de 1975, mais uma produção Discos Marcus Pereira. Participam dessa faixa: Raul de Barros (trombone), Abel Ferreira (clarinete), Armando Vieira Marçal (ritmo), Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano) (cavaquinho), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Doutor (ritmo), Elizeu Felix (ritmo), Luna (ritmo), Meira (Jaime Tomás Florence) (violão) e Wilson das Neves (bateria).

O Trombonista Romântico
Carlos Lima do Espírito Santo

Instrumental

Áudio Raul de Barros e demais músicos

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Um a Zero

Pixinguinha e Benedito Lacerda

Eis mais um clássico dos clássicos do choro (também considerado samba) dos geniais Pixinguinha e Benedito Lacerda: Um a Zero.

Um a Zero
Pixinguinha e Benedito Lacerda

Instrumental

Áudio Pixinguinha e Seu Conjunto

Meu Caro Amigo



A coisa pel'aqui tá feia, meu caro amigo! É mesmo de chorar!...

Meu Caro Amigo
Francis Hime e Chico Buarque

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando que, também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n’roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus

Vídeo Chico Buarque, Francis Hime e demais músicos

terça-feira, 12 de abril de 2011

Vibrações


Carlinhos Leite (violão), Cesar Faria (violão), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Gilberto D'Ávila (pandeiro), Jacob do Bandolim (bandolim), Jonas Pereira da Silva (cavaquinho), Jorginho do Pandeiro (ritmo) interpretam aqui Vibrações, faixa de abertura do disco homônimo de Jacob do Bandolim & Seu Conjunto Época de Ouro, de 1967. O choro é do próprio Jacob.

Vibrações
Jacob do Bandolim

Instrumental

Áudio Jacob do Bandolim & Seu Conjunto Época de Ouro

Ingênuo


 Hoje apresento mais uma composição da dupla Pixinguinha & Benedito Lacerda: Ingênuo. A gravação é de 1967 do álbum Vibrações, de Jacob do Bandolim & Seu Conjunto Época de Ouro: Carlinhos Leite (violão), Cesar Faria (pai do Paulinho da viola; violão), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Gilberto D'Ávila (pandeiro), Jonas Pereira da Silva (cavaquinho) e Jorginho do Pandeiro (ritmo).

Ingênuo
Pixinguinha e Benedito Lacerda

Instrumental

Áudio Jacob do Bandolim & Seu Conjunto É poca de Ouro

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pé na Tábua



Pé na Tábua é um choro do flautista Altamiro Carrilho e abre o disco Chorinhos da Pesada, de 1971, do grupo Os Chorões, projeto que marcou o encontro de vários músicos também da pesada: além de Altamiro, Abel Ferreira, Netinho, Porfírio Costa, Radamés Gnattali, Raul de Barros, Zé Bodega e Zé Menezes. Nesta música também participam Juquinha, Luna, Nilton Delfino Marçal e Tião Marinho. O arranjo é de Nelsinho Martins dos Santos.

            

Pé na Tábua
Altamiro Carrilho

Instrumental

Áudio Os Chorões

domingo, 10 de abril de 2011

Espinha de Bacalhau

Severino Araújo & Orquestra Tabajara

A postagem de hoje apresenta um dos maiores desafios para o instrumentista: o choro Espinha de Bacalhau, do pernambucano Severino Araújo, clarinetista, compositor, arranjador e maestro - desde os 21 anos de idade, em 1938 - da famosa Orquestra Tabajara, criada em João Pessoa em 1934 e transferida para o Rio de Janeiro em 1945. Severino apostou no gênero choro como música de dança, introduzindo-o no repertório de sua orquestra e esclarece (em entrevista do programa recomendado abaixo) que o título de sua composição se deve ao fato de ter muitas notas, podendo mesmo "entalar" feito a espinha do tal peixe. Há muitos vídeos na internet com interpretações do difícil, porém belo choro. Escolhi então uma gravação em que Paulo Sergio Santos, Maurício Carrilho e Pedro Amorim  executam brilhantemente Espinha de Bacalhau - sem engasgar hehehe. Para aqueles interessados em Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara, recomendo assistir o Programa Mosaicos inteiramente dedicado a eles, contando com várias participações especiais, além do encontro então inédito entre Jaime Araújo (irmão de Severino), Proveta (da Banda Mantiqueira) e Spok (da Banda Spok Frevo); em cinco partes: 1, 2, 3, 4 e 5.

Espinha de Bacalhau
Severino Araújo

Instrumental

Vídeo Paulo Sergio Santos (clarinete), Maurício Carrilho (violão) e Pedro Amorim (bandolim). Henrique Cazes, no final, comenta que, se o instrumentista ganhasse por nota executada, ficaria rico só com essa música. Ideia boa essa a dele, não é?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bebê

Foto de Rique Barbo, capturada do site de Hermeto Pascoal

O multi-instrumentista alagoano Hermeto Pascoal, além de virtuose celebrado mudialmente, é conhecido por transformar objetos os mais inusitados - como garrafas plásticas, máquinas de costura, chaleiras etc. - em instrumentos nas suas brilhantes apresentações. Uma de suas obras-primas se chama Bebê, cujo áudio postado aqui é do disco A Música Livre de Hermeto Pascoal, de 1973. Também acrescentei um vídeo em que Hermeto divide o palco com o saudoso Sivuca. Uma homenagem ao meu amigo Hilton (ou Oito se preferirem), que toca tudo que vê pela frente!

Bebê
Hermeto Pascoal

Instrumental

Áudio Hermeto Pascoal (flauta, piano e arranjo), Alberto (contrabaixo) e Mazinho (saxofone alto)



Vídeo Hermeto Pascoal (piano) e Sivuca (acordeon)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Flor Amorosa


Flor Amorosa é um dos primeiros registros de composições da segunda metade do século XIX que se tornariam peças de referência do repertório do que hoje conhecemos como choro, gênero que se fixou  como tal por volta de 1910. Antes disso as composições tinham a denominação de polca, e choro era apenas a forma como eram tocadas as músicas por grupos musicais constituídos de flauta (ou outro instrumento solista), violões e cavaquinho. Seu autor, Joaquim Antônio da Silva Calado, era um flautista virtuoso e muito popular na sua época, mas morreu precocemente em 1880 vitimado por uma epidemia de meningo-encefalite aos 31 anos. Flor Amorosa seria publicada onze dias depois de sua morte. Para esta postagem escolhi duas apresentações. A primeira é do programa Instrumental SESC Brasil com o grande flautista Altamiro Carrilho, acompanhado por Pedro Bastos (Pedrinho do Violão) (violão 7 cordas), Luis Américo Bastos (violão), Mauricio Verdi (cavaquinho) e Eber de Freitas (pandeiro e bateria). Já a segunda é com o professor, cavaquinista e arranjador Ron Galen acompanhado de seus alunos - onze violões, um bandolim e um pandeiro - de Contra Costa College, San Pablo, e Laney College, Oakland, ambos na Califórnia.

Flor Amorosa
Joaquim Calado

Instrumental

Vídeo Altamiro Carrilho e demais músicos




Vídeo Ron Galen e seus alunos

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Chorando Baixinho


Abel Ferreira fez  este choro na década de 40 e hoje é um clássico do gênero e trilha sonora perfeita neste momento em minha vida. Para este post, escolhi duas interpretações - com timbres diferentes - dessa composição, ambas muito marcantes. A primeira é com o próprio Abel Ferreira no clarinete acompanhado de Arthur Moreira Lima ao piano e com a participação de Jorginho do Pandeiro, do Conjunto Época de Ouro, na percussão. No outro registro, o grande encontro do sanfoneiro Dominguinhos e do violonista Yamandú Costa. Agora com licença que eu quero ficar chorando baixinho pela aqui. Fui!

Chorando Baixinho
Abel Ferreira

Instrumental

Áudio Abel Ferreira (clarinete), Arthur Moreira Lima (piano) e Jorginho do Pandeiro (percussão)



Áudio Dominguinhos (acordeon) e Yamandú Costa (violão 7 cordas)

Contraste


O título deste belo choro de Waldir Azevedo e Hamilton Costa tem tudo a ver: Contraste, em que Waldir explora as possibilidades do cavaquinho, instrumento em que era mestre, e me faz lembrar dos altos e baixos por que tenho passado nos últimos tempos (e sempre...). A gravação postada aqui é de seu álbum de 1977, que conta com a participação de Hamilton Costa (violão), Eli do Cavaco (cavaquinho), Carlinhos (violão 7), Pernambuco do Pandeiro (ritmo), Toniquinho (bateria) e Gabriel Bahlis (contrabaixo). Também encontrei um vídeo com esta composição no YouTube, mas infelizmente não há nenhuma informação sobre os intrumentistas: pandeiro, violão 7 cordas, bongô e dois cavaquinhos. De qualquer forma, a apresentação dos músicos está tão boa que resolvi postar assim mesmo. Se alguém identificá-los, por favor deixa um comentário, tá?

Contraste
Waldir Azevedo e Hamilton Costa

Instrumental

Áudio Waldir Azevedo



Vídeo com instrumentistas anônimos

terça-feira, 5 de abril de 2011

Naquele Tempo

Chorinho da Lapa

Esta postagem é uma lembrança daquele tempo em que eu era feliz - e sabia! - quando participava dos memoráveis ensaios do saudoso Chorinho da Lapa no Ribeirão da Ilha, sob a batuta do clarinetista Weverton, com o Julio no surdo, o Nan no cavaquinho e os demais músicos. Já o áudio de Naquele Tempo foi extraído do CD Segura Ele (1994) - por sinal uma ótima sugestão do Weverton - , do também clarinetista Paulo Sergio Santos, que conta com a ilustre participação de Raphael Rabello ao violão. A foto acima foi surrupiada daqui.

Naquele Tempo
Pixinguinha e Benedito Lacerda

Instrumental

Áudio Paulo Sergio Santos, clarinete, e Raphael Rabello, violão (na íntegra aqui)

domingo, 3 de abril de 2011

Sarau Para Radamés - Obrigado, Paulinho



Paulinho da Viola compôs a ótima Sarau Para Radamés, homenagem a Radamés Gnatalli. Na busca de informações sobre essa composição descobri que Radamés retribuiu a homenagem a Paulinho, composição também apresentada aqui.

Sarau Para Radamés
Paulinho da Viola

Instrumental

Vídeo Paulinho da Viola & Radamés Gnatalli



Obrigado, Paulinho
Radamés Gnattali

Instrumental

Áudio Radamés Gnattali & Chiquinho do Acordeom

Meu Amigo Radamés - Meu Amigo Tom Jobim



Nesta postagem escolhi a homenagem do grande maestro Tom Jobim ao grande maestro Radamés Gnatalli. Na busca de informações sobre essa composição descobri que o maestro de Porto Alegre também homenageou o maestro do Rio de Janeiro, composição também apresentada aqui. Já a foto acima foi obtida no site Brasil Memória das Artes da Funarte.

Meu Amigo Radamés
Tom Jobim

Instrumental

Vídeo Tom Jobim & Radamés Gnatalli



Meu Amigo Tom Jobim
Radamés Gnattali

Instrumental

Áudio Radamés Gnattali & Chiquinho do Acordeom

sábado, 2 de abril de 2011

O Batutinha



Enfim o grupo de choro Ginga do Mané aqui de Floripa lança seu primeiro CD, com 10 composições próprias, ver mais informações sobre o disco e como comprá-lo aqui. Nesta postagem selecionei O Batutinha, de Bernardo Sens, em que participam seus quatro integrantes: o próprio Bernardo (flauta), Fernanda da Silveira (cavaquinho), Raphael Galcer (violão 7 Cordas) e Fabrício Gonçalves (pandeiro). O arranjo é do grupo.

O Batutinha
Bernardo Sens

Instrumental

Vídeo Ginga do Mané



Áudio Ginga do Mané

A Ginga do Mané



A Ginga do Mané é um choro de Jacob Pick Bittencourt, mais conhecido como Jacob do Bandolim. Para esta postagem selecionei um vídeo de 1990 com a participação do Regional de Choro Conjunto Som Brasileiro, cujos integrantes são Sergio Napoleão Belluco (Violão 7 Cordas), Alessandro dos Santos Penezzi (Violão Tenor) - numa performance impressionante! - , Taufik Cury (Violão 6 Cordas), Derio Lovadino (Cavaquinho) e Raul Leite (Pandeiro). Antes da execução do choro Belluco comenta que Jacob o dedicou ao Mané Garrincha, pois as variações da música lembravam as gingadas de corpo que "o Anjo das Pernas Tortas" fazia durante os dribles em suas jogadas.

A Ginga do Mané
Jacob do Bandolim

Instrumental


Vídeo Regional de Choro Conjunto Som Brasileiro

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Mentiras de Verdade



Mentiras de Verdade
João Bosco e Aldir Blanc

Assoviei, fingi à beça
Fiz promessa e o amor não some
Criei um muro e a mesma fome
Morde os braços do adeus
Com a boca eu me despedi
Minhas mãos desdisseram: não, não
Mentira, foi tudo mentira
Você me enganou

Verdade, foi tudo verdade
Eu hoje admito:
Somos um mito, sim
Maldade e carinho
Ternura sem fim
Num laço
Coleira de cetim
Quero esquecer de mim
Ser mais você, menos do que eu...
Verdade e mentira que o amor entre nós reviveu
- E um breque é coisa nossa num samba-canção porque...

Ouça João Bosco aqui.

Pega na Mentira


Pega na Mentira
Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Zico tá no Vasco, com Pelé
Minas importou do Rio, a maré
Beijei o beijoqueiro na televisão
Acabou-se a inflação
Barato é o marido da barata
Amazônia preza a sua mata
Tá tá tá

Pega na mentira
Pega na mentira
Corta o rabo dela
Pisa em cima
Bate nela
Pega na mentira...

Já gravei um disco voador
Disse a Castro Alves seu valor
Em Copacabana não tem argentino
Sou mais moço que um menino
Vi Papai Noel numa favela
O Brasil não gosta de novela...

Sônia Braga é feia, não é boa
Já não morre peixe, na Lagoa
Passa todo mundo no vestibular
O amor vai se acabar
Carnaval agora é um dia só
Sem censura e guaraná em pó
Pó Pó Pó...

Vídeos Erasmo Carlos