sábado, 14 de maio de 2011

Sagarana



Sagarana
João de Aquino e Paulo César Pinheiro

A ver, no em-sido
Pelos campos-claro: estórias
Se deu-passado esse caso
Vivência e memórias
Nos gerais
A honra é-que-é-que se apraz
Cada quão
Sabia sua distrição
Vai que foi sobre
Esse era-uma-vez, ’sas passagens,
Em beira-riacho
Morava o casal: personagens
Personagens
Personagens
A mulher
Tinha o morenês que se quer
Verdeolhar
Dos verdes do verde invejar
Dentro lá deles
Diz-que existia outro gerais
Quem o qual,
Dono seu,
Esse era erroso, no à-ponto-de ser feliz demais
Ao que a vida,
No bem e no mal dividida,
Um dia ela dá o que faltou... ô, ô, ô...
É buriti
Buritizais
É o batuque corrido dos gerais
O que aprendi
O que aprenderás
Que nas veredas por em-redor sagarana
Uma coisa é o alto bom-buriti
Outra coisa é buritirana...
A pois, que houve,
No tempo das luas bonitas,
Um moço eveio:
– Viola enfeitada de fitas.
Vinha atrás
De uns dias pra descanso e paz
Galardão:
– Mississol-redó: Falanfão.
No-que: “– se abanque...”
Que ele deu nos óio o verdejo
Foi se afogando
Pensou que foi mar, foi desejo
Foi desejo
Foi desejo
Era ardor
Doidava de verde o verdor
E o rapaz
Quis logo querer os gerais
E a dona deles:
“– Que sim”, que ela disse, verdeal
Quem o qual,
Dono seu,
Vendo as olhâncias, no-avoo virou bicho-animal:
– Cresceu nas facas:
– O moço ficou sem ser macho
E a moça sem verde ficou ... ô, ô, ô
É buriti...
Quem quiser que cante outra
Mas à-moda dos gerais
Buriti: rei das veredas
Guimarães: buritizais!
Guimarães: buritizais!
Guimarães: buritizais!

Vídeo Clara Nunes

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